Open/Close Menu Site da Dra. Carolina Ambrogini, Ginecologista e Obstetra em São Paulo - SP, Especialista em Saúde Feminina e Sexualidade, consultório na Vila Olímpia.
   Este é um assunto que “quebra a cabeça” de muitas mães ou futuras mamães. Ao pegar o teste de gravidez positivo, em meio às várias emoções do momento, está lá, bem no fundo a perguntinha incômoda: e o que vou fazer com meu trabalho? Já dá uma culpinha neste instante…
   Acho que esta grande questão vem do nosso modelo padrão de mãe, aquele ser imaculado, que vive em função dos filhos, que está presente em todos os momentos, que nunca perde a paciência, que abdica de suas aspirações em prol da cria, enfim, praticamente uma santa.
A mulher representou este papel durante séculos na sociedade patriarcal: o de esposa e mãe. Sim, a mulher era a responsável pela vida doméstica. O cuidado com a casa e a criação dos filhos (vários) eram suas únicas atribuições dentro da sociedade. Elas cresciam já sonhando com o casamento, com o nome dos filhos e só as bem-nascidas estudavam o que permitiam que estudassem na época, prendas domésticas, corte-costura, piano, etiqueta…
  Durante muito tempo ser mulher era quase sinônimo de ser mãe e esta imagem perfeita e irreal ficou no nosso inconsciente coletivo. No entanto, as coisas mudaram de um tempinho pra cá e foi uma verdadeira revolução. Quem ainda não se lembra da mulher que nossas avós eram? A minha era totalmente dedicada ao meu avô e aos filhos, já minha mãe começou a trabalhar e me incutiu a idéia que ser dependente de homem: jamás!
   Tudo aconteceu tão rápido que as mulheres da minha geração foram educadas para serem profissionais (e de sucesso), escolhem uma profissão, se especializam, fazem MBA, pós-doutorado, cursos no exterior, falam várias línguas e na hora de ser mãe…a cabeça dá um nó!
   Como assim largar tudo para ser mãe??? Como assim deixar meu bebê de 4 meses com a babá??? E aquela mãe de comercial de margarina que eu queria ser??? É, são dilemas que nos perseguem como cruzes (as várias) que temos que carregar na vida. Algumas largam tudo, outras persistem e no final todas acabamos meio loucas tentando equilibrar filhos e nossas aspirações profissionais e, claro, sempre com uma culpinha por estar ou não estar trabalhando.
   Não estou aqui para dar conselhos, nem pra dizer faça isto ou aquilo, mas se tivesse desistido de trabalhar, neste momento estaria numa clínica de repouso. Primeiro, porque amo meu trabalho. Segundo, porque viver exclusivamente para os filhos é muito cansativo e repetitivo. É quase um sacerdócio. Por mais que seu filho seja engraçadinho, e fofo, e lindo, ele não veio para preencher todas as suas expectativas na vida. Alías, ele veio para ter a vida dele. E você a sua. Mesmo que  estas vidas estejam muito entrelaçadas, cada um tem seu caminho. O que estou querendo dizer, talvez até para aliviar a minha culpa, é que temos que ter vida própria,  trabalhando ou não. E me alivia um pouco pensar que se o meu trabalho me faz feliz, com certeza, também vou ser melhor mãe por conta disto. Xô culpa!

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